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Meditações Renovo. Luciene: Um Lindo Testemunho!

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Com o coração cheio de gratidão e reverência a Deus, escrevo este texto para agradecer aos irmãos da Igreja Renovo por todas as mensagens, orações, palavras e gestos de amor recebidos ao longo do ano de 2025. Foi um ano que jamais imaginei viver. Um ano marcado pela dor mais profunda da minha vida: a partida do meu esposo, no dia 22 de março. Lutamos muito, caminhamos com fé, esperança e entrega, mas entendemos que o tempo dele aqui na terra se cumpriu naquele dia, segundo a soberania do Senhor. Mesmo em meio à distância física, cada palavra enviada por vocês (irmãos), atravessou fronteiras e chegou até mim aqui no Brasil, em São Paulo, no bairro da Consolação. Chegou como um bálsamo, como abraço, como alimento para minha alma cansada. A Palavra de Deus nos ensina que “assim, como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro” (Provérbios 27:17), e foi exatamente isso que vivi: irmãos fortalecendo irmãos. Houve muitos dias em que acordei com uma tristeza imensa no coraç...

Trinta Reflexões de Bernard Shaw

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 1. O mundo é composto por preguiçosos que querem dinheiro sem trabalhar e tolos que estão dispostos a trabalhar sem enriquecer. 2. A dança é a expressão vertical de um desejo horizontal. 3. O ódio é a vingança de um covarde por seu medo experimentado. 4. Não temos o direito de consumir felicidade sem produzi-la. 5. O marido ideal é aquele que acredita ter a esposa perfeita. 6. Saber suportar a solidão e desfrutar dela é um grande dom. 7. Ser sincero não é perigoso, especialmente se você também for tolo. 8. Às vezes, é preciso fazer as pessoas rirem para distraí-las da intenção de enforcá-lo. 9. O maior pecado em relação ao próximo não é o ódio, mas a indiferença; essa é verdadeiramente a cúspide da desumanidade. 10. As mulheres de alguma forma adivinham com quem estamos dispostos a traí-las. Às vezes, até antes de isso nos passar pela cabeça. 11. Não há mulher que consiga dizer "adeus" em menos de trinta palavras. 12. É mais fácil viver com uma mulher apaixonada do que com u...

"Agnotologia"

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Durante muito tempo, a gente aprendeu que ignorância era só falta de informação. Que bastava ensinar melhor, divulgar mais, explicar com paciência. Esse raciocínio parte de uma ideia confortável: a de que todo mundo erra sem querer. Até que alguém resolveu olhar para o problema por outro ângulo e perguntar o que acontece quando a ignorância não é um acidente, mas um projeto. Foi aí que conheci o trabalho de Robert Proctor, historiador da ciência, professor em Stanford, e o homem que deu nome a esse mecanismo desconfortável chamado agnotologia. Agnotologia é o estudo da produção deliberada da ignorância. Não do erro honesto. Não da dúvida legítima. Mas da ignorância construída com método, dinheiro, estratégia e paciência histórica. Proctor chegou a isso estudando a indústria do tabaco. E aqui vale ser bem didático. Nos anos 1950, a ciência já havia identificado com clareza a relação entre cigarro e câncer de pulmão. O consenso estava se formando. O que a indústria fez não foi negar fron...

“As vésperas de nunca partir que existem dentro de nós” . Alusão a Fernando Pessoa

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 “As vésperas de nunca partir que existem dentro de nós” . Alusão a Fernando Pessoa  Há em nós um instante suspenso, um crepúsculo íntimo que jamais se converte em noite nem em manhã. Não é chegada nem despedida, é o território ambíguo onde o desejo de ir convive com o medo de abandonar aquilo que nos define. Vivemos, muitas vezes, nesse limiar silencioso, como viajantes que arrumam a mala todos os dias e nunca atravessam a porta. Essas vésperas interiores não são feitas de ação, mas de expectativa. Alimentam-se de planos adiados, de promessas feitas a nós mesmos em voz baixa, quase com vergonha. Queremos partir, mas queremos, sobretudo, preservar a imagem de quem seríamos se partíssemos. O gesto nunca realizado torna-se mais puro que qualquer realidade possível, pois não sofre o desgaste do concreto. O sonho intacto parece mais verdadeiro do que a vida tocada. Há, nesse adiamento contínuo, uma forma sutil de autoengano. Convencemo-nos de que a espera é prudência, quando muita...

′′ A obsolescência do homem ′′

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  Foi em 1956 que o filósofo judeu alemão Günther Anders escreveu esta reflexão: ′′Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas... Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista..... que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo s...

Lucidez e Autocrueldade

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  " Sede sóbrio e vigiai..." 1 Pedro 5:8(Bíblia) Entre a luz que esclarece e a lâmina que fere: lucidez e autocrueldade Há uma linha sutil, quase invisível, que separa a lucidez da autocrueldade. Ambas nascem do mesmo gesto inaugural, o voltar-se para dentro, o desejo de compreender-se. No entanto, o destino desse gesto é radicalmente distinto. O que em um caso se converte em clarificação e maturidade, no outro degenera em punição silenciosa. A lucidez é um olhar que não se esquiva da verdade, mas também não a absolutiza contra a vida. Ela reconhece a falha sem transformá-la em essência, identifica o erro sem confundi-lo com identidade. Psicologicamente, a lucidez opera como integração, ela reúne o que foi fragmentado, suporta a ambiguidade e tolera a imperfeição sem a necessidade imediata de condenação. Trata-se de um saber que amadurece o sujeito, pois amplia sua responsabilidade sem esmagar sua vitalidade. A autocrueldade, por sua vez, surge quando a consciência se hipert...

Senhor dos Anéis versus Branca de Neve(Uma Oposição Filosófica)

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 A antipatia de J.R.R. Tolkien por Disney não era uma crítica casual de um velho acadêmico resistente às novas mídias. Não era inveja profissional nem tradicionalismo automático. Era uma oposição filosófica profunda, enraizada em compreensões radicalmente diferentes sobre para que servem as histórias e o que acontece quando elas são alteradas. O conflito começou com uma coincidência quase inquietante, em 1937. Naquele ano, Tolkien publicou O Hobbit, um livro infantil aparentemente simples, mas que na verdade era uma mitologia cuidadosamente construída, moldada por sua formação em linguística, sua imersão na literatura antiga e suas convicções sobre como as histórias carregam peso moral e espiritual. Ele havia passado anos criando não apenas uma trama, mas um mundo inteiro — com línguas, histórias e culturas — que conferiam à narrativa uma profundidade muito além de sua superfície aventureira. Poucos meses depois do lançamento de O Hobbit nas livrarias britânicas, a Disney estreou B...