"O SONHO DE UM HOMEM RIDÍCULO."
Todos somos sonhadores. Acordados, dormindo, caminhando sem rumo, sentados em contemplação, estamos sempre imaginando um mundo diferente do que está posto aqui, agora. Imaginamos como seremos, para onde iremos, com quem estaremos, quais serão as técnicas disponíveis, qual será a política aplicada, mas sempre em sonho, em outro mundo, um mundo imaginado a partir do mundo posto, dado. E são esses sonhos que nos tornam humanos ridículos. Saber-se ridículo, no entanto, é algo que poucos tem o prazer de saber. Saber-se um ser efêmero, passageiro, em um mundo em constante transformação e, por isso mesmo, incapaz de satisfazer qualquer necessidade real e essencial humana, é algo que a princípio pode doer, soar pessimista, mas que, no fundo, é a realidade vivida do cotidiano. Somos passageiros. Somos pó e ao pó retornaremos. Somos, todos, criadores do mundo em que não mais estaremos. Em um conto talvez pouco conhecido, “O sonho de um homem ridículo”, de Dostoievski, escritor russo do