Considerações Sobre o Narcisimo
Considerações sobre o Narcisismo
Há pessoas que sabem de Freud muito mais do que o propósito Freud ao falar sobre narcisismo e transtorno de personalidade narcisista. Para Freud o transtorno de personalidade narcisista não é uma patologia, a pessoa nasce com ele como um constituinte da própria identidade. A questão é se existe um narcisismo que se apreende e adquire com o tempo, há ou não ? Como Freud diz ; "a sua majestade o bebê", esse bebê quando cresce sendo constantemente bajulado pode ser tornar uma espécie de narcisista, sim ou não quando adulto ? Um adulto infantilizado ?
Acerca desse sentimento Nietzsche afirma que amamos que não amamos a pessoa em si, mas sim que amamos o sentimento que sentimos por essa mesma pessoa. Será esse sentimento uma espécie de narcisismo ? Talvez eu esteja sendo deveras exagerado ao timbrar no nosso egoísmo exagerado e chama-lo de narcisismo.
Li um artigo muito de César Tolmi, e até o recomendo, pois o seu artigo ao meu ver ultrapassa o censo comum que conhecemos sobre o narcisismo, que relata sobre a etmologia do termo, e como o etmologia faz todo o sentido à história em torno do mito. A palavra narciso e narcótico tem a mesma raiz semântica, "aquilo que entorpece". O mito não está somente na sua fase final do qual Narciso se enamora de si, do qual fica tão entorpecido e falece de inanição, ele ainda vai além.
A Genesis do mito é o prólogo da sua dramaticidade. Filho de Liriope uma Ninfa e Césimo, uma divindade do mar, Narciso tem a natureza de ambos ; uma natureza arrebatadoramente bela semelhante a da mãe, e a força das águas semelhante à do pai, da qual por onde passa destrói tudo.
Ao ser levado ao templo quando criança é proferido que se não se contemplasse a própria beleza Narciso viveria para sempre.
A sensação de auto - beleza de Narciso começou a ser alimentado desde a infância ; pais, homens, mulheres, amigos da família, viajantes, vizinhos ao contemplar a beleza da criança ficavam desnorteados, encantados e enfeitiçados. Em uma de suas obras Baruch Espinoza fala que a "natureza da admiração", suspende toda a capacidade crítica da qual a mesma fica desnorteada, seja a admiração pela beleza, admiração pela retórica, admiração pelos encantos naturais, como a simpatia, o sorriso, o jeito de falar e outros atributos pertinentes a essa pessoa.
Esse inebriamento parte em dois polos ; do próprio narcisista em relação a si mesmo e a da vitima. O narcisista faz da sua mente o seu mundo, e das pessoas como bens a ser consumidas e consumadas dentro desse mundo.
O narcisista age como uma espécie de parasita se instalando na vitima, colocando seus ovos ; seus argumentos deturpados, deixando a pessoa neurótica e cheio de culpa, a destruindo de dentro para fora enquanto drena toda sua energia, se utilizando da empatia da mesma dizendo que tudo o que faz, faz simplesmente por zelo, carinho, amor e cuidado, mas que na verdade não é nada disso.
Maurício R. Amorim
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