Reforma e Protestantísmo: Relevante.Importante; mas não "Determinante"!
Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. João 14:6
Dias atrás lí um artigo sobre os Reformadores e suas relações teológicas com Maria, mãe de Jesus. Confesso que fiquei satisfeitíssimo com o conteúdo da matéria; não porque ela evocava o apelo ao resgate de Maria e seu papel de progenitora intercessória, mas porque o texto trouxe mais clarificações à minha posição de fé no Evangelho de Jesus Cristo.(Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. I Timóteo 2:5).
Transcrevo abaixo o artigo. A Leitura é um pouco extensa e acompanha a seguir o meu comentário que esboça a minha convicção e confissão que, sempre esteve plantada em meu coração com raízes inamovíveis. Espero que sirva de estímulo de fé para quem ama a Cristo e vive visceralmente o seu Evangelho! Leia então:
"O protestantismo atual se mostra intolerante com a Virgem Santíssima, no entanto, Martinho Lutero, Calvino, Zwinglio, e os reformadores do Séc. XVI tinham uma estima e reverência profundas a Nossa Senhora, como poderemos ver abaixo. Algumas denominações protestantes estão redescobrindo isso. Por exemplo, Madre Basiléia Schlink, luterana, prega a recuperação da veneração à Virgem Mãe de Deus.
Lutero, em 1522, escreveu um belo comentário do Magnificat de Nossa Senhora, onde repetidas vezes a chama de a “doce Mãe de Deus”. E nele Lutero pede à Virgem “que ore por ele”. Entre outras coisas ele disse da Virgem Maria: “Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat… Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amém. (”Comentário do Magnificat”).
Como então os protestantes, os seguidores de Lutero, não aceitam a intercessão de Nossa Senhora? É bom recordar também que Lutero implorou a intercessão de Santa Ana, mãe de Nossa Senhora, quando quase foi atingido por um raio.
Lutero disse ainda: “Ela [Maria]nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem pro curar nele o nosso interesse… Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito alto e nobre como o da Virgem. ” (“Maria Mãe dos homens”, Edições Paulinas, SP, p. 561).
“Maria - escreve Lutero - não se orgulha da sua dignidade nem da sua indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra… Ela não exaltou nem a virgindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça. (…) De fato não deve ser louvada a sua pequenez, mas o olhar de Deus”. (idem)
Lutero mostra que Nossa Senhora não atrai a nossa atenção sobre Si, mas leva-nos a olhar para Deus: “… Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, faça aquilo que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos, deixando que a obra seja inteiramente de Deus” (idem pp.574-575).
Madre Basiléia, é da Sociedade das Irmãs de Darmtadt, fundada na Alemanha e presente no Brasil, luterana; no entanto, as irmãs dessa Comunidade acrescentam no seu nome de Batismo o de Maria, como acontece em algumas Congregações católicas. M. Basiléia escreveu o livro “Maria – Der Weg der Mutter des Herrn”, sobre o “Caminho de Maria”, publicado em Português, em Curitiba (1982), onde cita algumas coisas que Lutero escreveu da Virgem Maria, que transcrevemos da Revista Pergunte e Responderemos, n. 429, 1998 – Lutero e Maria Santíssima, pp. 81-86).
“O que são as servas, os servos, os senhores, as mulheres, os príncipes, os reis, os monarcas da terra, em comparação com a Virgem Maria, que, além de ter nascido de uma estirpe real, é também Mãe de Deus, a mulher mais importante da Terra? No meio de toda a Cristandade ela é a jóia mais preciosa depois de Cristo, a qual nunca pode ser suficientemente exaltada; a imperatriz e rainha mais digna, elevada acima de toda nobreza, sabedoria e santidade”.
“Por justiça teria sido necessário encomendar-lhe um carro de outro e conduzi-la com 4000 cavalos, tocando a trombeta diante da carruagem, anunciando: “Aqui viaja a mulher bendita entre todas as mulheres, a soberana de todo o gênero humano”. Mas tudo isso foi silenciado; a pobre jovenzinha segue a pé, por um caminho tão longo, e apesar disso, é de fato a Mãe de Deus. Por isso não nos deveríamos admirar, se todos os montes tivessem pulado e dançado de alegria”.
“Esta única palavra “mãe de Deus” contém toda a sua honra. Ninguém pode dizer algo de maior dela ou exalta-la, dirigindo-se à ela, mesmo que tivessem tantas línguas quantas folhas crescem nas folhagens, quantas graminhas há na terra, quantas estrelas brilham no céu e quantos grãozinhos de areia existem no mar. Para entender o significado do que é ser mãe de Deus, é preciso pesar e avaliar esta palavra no coração”. (Explicação do Magníficat)
Depois de citar essas palavras de Lutero, M. Basiléia ainda escreve: “Ao ler essas palavras de Martinho Lutero, que até o fim de sua vida honrava a mãe de Jesus, que santificava as festas de Maria e diariamente cantava o Magnificat, se percebe quão longe nós geralmente nos distanciamos da correta atitude para com ela, como Martinho Lutero nos ensina, baseando-se na Sagrada Escritura. Quão profundamente todos nós, evangélicos, deixamo-nos envolver por uma mentalidade racionalista, apesar de que em nossos escritos confessionais se lêem sentenças como esta: “Maria é digna de ser honrada e exaltada no mais alto grau” (Art. 21,27 da Apologia de Confissão de Augsburgo).
Em 1537, em seus “Artigos da Doutrina Cristã”, é o próprio Lutero quem diz: “O Filho de Deus fez-se homem, de modo a ser concebido do Espírito Santo sem o concurso de varão e a nascer de Maria pura, santa e sempre virgem”.
M.Basiléia explica porque escreveu este livro para os evangélicos: “Minha intenção ao escrever este opúsculo sobre o caminho de Maria, segundo o que diz dela a Sagrada Escritura, foi conscientemente reparar esta omissão pela qual me tornei culpada para com o testemunho da Palavra de Deus. Nas últimas décadas o Senhor me concedeu a graça de aprender a amar e honrar cada vez mais a Maria, a mãe de Jesus… Minha sincera intenção ao escrever esse livro, é fazer o que posso para ajudar, a fim de que entre nós, os evangélicos, a mãe de nosso Senhor seja novamente amada e honrada, como lhe compete, segundo as Palavras da Sagrada Escritura e conforme nos recomendou Martinho Lutero, nosso reformador”.
Continua M. Basiléia: “A nossa Igreja Evangélica deixou de lhe prestar honra e louvor; receando com isso reduzir a honra devida a Jesus. Mas o que aconteceu é o seguinte: toda honra autêntica dirigida aos discípulos de Jesus e também à Sua Mãe aumenta a honra do Senhor. Pois foi Ele, só Ele, que os elegeu, os cobriu com sua graça e fez deles Seu vaso de eleição. Por sua fé, seu amor e sua dedicação para com Deus, é Deus colocado no centro das atenções e é glorificado”… “É também intenção nossa – como Imaculada de Maria – contribuir em obediência à Sagrada Escritura, para que nosso Senhor Jesus não seja entristecido por um comportamento nosso destituído de reverência para com Sua mãe ou até de desprezo. Pois ela é Sua mãe que O deu à luz e O criou e educou e a cujo respeito falou o Espírito Santo, por intermédio de Isabel: “Bem-aventurada a que creu”! João Calvino, o reformador protestante de Genebra, aceitou o título de “Mãe de Deus” (Théotokos) definido pelo Concílio de Éfeso, no ano 431, quando foi condenada a heresia de Nestório. Ele sustenta a Virgindade de Maria, afirmando que os irmãos de Jesus citados em Mt 13, 55 não são filhos de Maria, mas parentes do Senhor; professar o contrário, segundo Calvino, significa “ignorância”, “louca sutileza” e “abuso da Sagrada Escritura”. (Revista PR, n. 429, p. 34, 1998)
Calvino disse: “Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus.” (Comm. Sur l’Harm. Evang.,20)
Em 1542, João Calvino publicou o Catecismo da Igreja de Genebra, onde se lê: “O Filho de Deus foi formado no seio da Virgem Maria… Isto aconteceu por ação milagrosa do Espírito Santo sem consórcio de varão” .
“Firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que, tanto no parto quanto após o parto, permaneceu virgem pura e íntegra.” (”Corpus Reformatorum”)
Zwinglio, o reformador protestante de Zurich, conservou três festas marianas (Anunciação, Visitação, Apresentação no Templo) e a recitação da Ave Maria durante o culto sagrado. (PR, idem)
John Wesley, fundador da Igreja metodista na Inglaterra, em 1739, disse: “Creio que [Jesus] foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo concebido pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria que, tanto antes como depois de dá-lo à luz, continuou virgem pura e imaculada.”
Ora, se os fundadores do protestantismo veneravam e amavam tanto a Virgem Maria, por que, então, hoje, observamos um afastamento da Mãe de Deus? Nossos irmãos separados devem com urgência rever esta questão, como pede a luterana M. Basiléia. Não queremos afrontar esses nossos irmãos, ao contrário, queremos apenas convidá-los para juntos louvarmos e honrarmos Aquela que nos deu o Salvador."
Prof. Felipe Aquino
Para mim, termos como: evangélico, protestante, cristão, pentecostal e tantos outros que surgiram dentro dos mais variados contextos e vertentes do chamado "universo evangélico", são apenas nomenclaturas de aspectos histórico-religiosos, e nem de longe fazem parte da minha bandeira confissional, pois até o texto de Atos que menciona pela primeira vez a nomenclatura cristão, é de fonte externa e não interna da comunidade dos "discípulos do caminho", pois os discípulos nunca se auto-proclamaram cristãos, sendo tal título dado pelos de fora da comunidade, conceituando e configurando no Livro de Atos um evento de registro histórico,porém, longe de ser uma "bandeira- ideológica-cristã do evangelho." Longe!!!- E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Atos 11:26.
Descrevo abaixo qual é a minha confissão, convivência e conveniência sobre as "questões de ordem reformista" e as demais demandas e implicações dos reformadores e a "relação mariana" deles contrapondo-as com minha esmagadora certeza de que Jesus Cristo é único. Vejamos:
Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. João 14:6
Relevante é algo que tem relevo, que tem importância: condição relevante, produz serviços relevantes.Se salienta.Se sobressai.
Reforma, Protestantísmo, Cristianísmo, Envangelicalísmo, Lutero, Calvino, Zwinglio, Wesley, etc; são de certa forma relevantes, mas não são "determinantes".
Importante: algo que tem muito valor ou interesse;que tem prestígio ou influência!
A história da Igreja é relevante e importante.O Cristianismo é relevante e importante. Doutrinas são relevantes e importantes. Ministérios,Protestantísmo, Cristianísmo, Envangelicalísmo, Lutero, Calvino, Zwinglio, Wesley, etc são de certa forma importantes, entretanto; não são "determinantes!"
Agora:
...Determinante é aquilo que determina; determinativo, determinador; que decide; decisivo;que gera, sendo a causa e o causador de todas as coisas!
Sim: Jesus o Cristo de Deus!Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. João 14:6
DETERMINANTE COMO "O CAMINHO"
"Caminho,sendo "Ele", o pavimento da existência da nossa fé. Nosso destino.Ele mesmo é o próprio início, via extensão que se percorre caminhando!
Sem ele todas as demais propostas são atalhos frustrados!
DETERMINANTE COMO "A VERDADE"
O artigo definido na declaração não deixa dúvidas sobre esta "postulação!"
Verdade Imutável, incorruptivel, infalível. inquestionável!
Religião se questiona.Cristianismo se questiona.Calvino se questiona. Reforma se questiona. Demais questões são relativas. Jesus é "absolutamente determinante como a verdade!"
3-DETERMINANTE COM "A VIDA"
Sim "Ele" é."Nele" há Vida entranhadamente revelada como conceito muito amplo que admite diversas definições. Pode-se referir ao processo em curso do qual os seres vivos são uma parte; espaço de tempo eternos que condiciona qual entidade que "Dele" nasça, jamais morra, mas tenha a vida eterna! Se formos conceituá-la metafisicamente: é a vida que gera processos constantes de eternos relacionamento com "Ele" num ciclo de vida eterno,interminável!
A sublimidade determinante é a "Vida Eterna" que só Ele pode gerar e garantir!
Religião se questiona.Cristianismo se questiona.Calvino se questiona. Reforma se questiona. Demais questões são releativas. Jesus é determinante com "a Vida"!
Qual é a bandeira que você levanta?
BONANI
ISAIAS 48: 17-19. Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo, desde o princípio; desde o tempo em que aquilo se fez, Eu estava ali; e agora o Senhor Jeová me enviou o seu Espírito.
ResponderExcluirAssim diz o teu Redentor, o Santo de Israel: EU SOU O SENHOR TEU DEUS QUE TE ENSINA O QUE É UTIL, e te guia pelo caminho em que deves andar.