"O Movimento Evangélico é Um Prédio em Implosão"






Imagino o movimento evangélico como um prédio de dez andares. Nos pisos mais altos estão pastores, missionários, evangelistas e teólogos pessoas com senso ético e consciência vocacional - bem intencionados, porém equivocados.

No térreo (e subsolo) arrastam-se vigaristas, espertalhões, charlatões, vendilhões, que além de equivocados, usam  Deus em benefício próprio.

Proponho sair do edifício, ir para a calçada e analisar os alicerce que o fundamentam.
 Penso que devemos retornar à Pedra de Esquina e erguer um novo edifício. 

Urge abandonar as ruínas; não se ergue um tabernáculo vivo sobre uma estrutura degradada; não se conserta colarinho puído com um remendo novo.

Entendo que é difícil se aventurar em caminhos inexplorados e dá medo largar territórios antigos. Desbravar o caminho sobremodo excelente não é fácil. 

A maioria esmagadora dos líderes evangélicos que conheço ainda acredita que consegue recuperar o movimento evangélico com um reboco novo. “Talvez”, pensam, “uma Reforma teológica ou uma repaginação pedagógica traga a redenção do movimento”.

Esse otimismo enxuga gelo, anda em círculos e cumpre a parábola de G. K. Chesterton: 

“Certo inglês calculou mal o percurso que navegaria com seu barco. Depois de velejar por horas, o tolo retornou ao mesmo ponto de onde havia partido. Achando que estava em outro país, elogiou, contente, a paisagem e os prédios que acabava de contemplar; mal notou que eram os mesmos com que se habituara a ver desde criança”.

Depois de muito orar, meditar e estudar, quero chegar a portos inéditos para mim. O mapa de minha rota, porém, foi sugerido por vários santos que me antecederam. Subo em seus ombros para ver mais longe.

Eles desceram de edifícios arruinados (Francisco de Assis, Rubem Alves, Gustavo Gutierrez).

Alguns atracaram antes de mim no porto que só agora me encanta.

Convido artesãos de um novo templo à coragem de voltar à Pedra Principal. Argonautas, larguemos os remos e naveguemos no vento que sopra dos quatros cantos do Grande Oceano.

Subscrito. 
Bonani

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