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A Tirania da Perfeição

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A perfeição, como um cárcere invisível, lança-me em seus grilhões e subjuga-me sob seu jugo implacável. Talvez não passe de um ídolo quimérico, um espectro idealizado, um simulacro inatingível que, contudo, escraviza-me a uma demanda insaciável. Seu decreto, insidioso e silencioso, impõe-se como uma miragem sedutora, um reflexo enganador que obliteria a autenticidade e ofusca a beleza inata das imperfeições que me compõem. Ah, quão árduo é o fardo da perfeição! Ela nos impõe uma marcha incessante rumo ao inalcançável, um voo cego em direção a um horizonte que sempre se retrai à nossa aproximação. Iludidos por sua promessa de completude, sufocamos nossas fragilidades, ocultamos nossas hesitações e silenciamos nossas falhas, como se nelas residisse a vergonha, e não a essência mesma do humano. No entanto, é na vulnerabilidade que germina a força; é no frágil desamparo da existência que brotam a coragem e a resiliência. A perfeição, essa tirana inclemente, priva-nos do direito de sermos i...

O Silêncio .O Indizível.O Virar da Última Página!

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Há algo que vive nos interstícios da linguagem, uma presença que se esconde no espaço entre as palavras. Esse vazio, que parece ausência, é na verdade um ventre onde germina o indizível. Pois o que mais nos toca e nos transforma não é necessariamente aquilo que dizemos, mas aquilo que nos escapa, aquilo que permanece à margem, sussurrando sua existência nas entrelinhas. Toda palavra é uma tentativa de captura, um esforço de aprisionar a vastidão dentro do contorno estreito da fala. Mas o indizível escorre pelos dedos, dissolve-se no ar antes de se fixar no som, transita entre o querer dizer e o não saber como. Como um véu translúcido, o silêncio cobre o que há de mais verdadeiro, pois certas verdades não suportam a dissecação do discurso. São sensações demasiado vastas, angústias que não se deixam traduzir, lembranças que se recusam a ser nomeadas. O silêncio, então, não é um mero intervalo entre palavras – ele é o que as sustenta. Como uma partitura que precisa das pausas para dar for...

"Fora de Controle. Força Controlada!"

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Acredito fielmente: questões que aparentemente estão fora de nosso controle,na verdade, são oportunidades divinas de  treinamento, capacitação e desenvolvimento de nossas habilidades de superação.  O Apóstolo Paulo era perito nesse quesito da superação.Quem lê sua biografia, percebe que, nas situações mais agravantes e solitárias,foi onde encontrou os maiores recursos para vencer!Declara ele: "as coisas que não são,se tornam matéria prima que irão operar   em nosso favor e se substantificar, potenciando nos para continuar a carreira da vida." Romanos 4:17 declara: "...e chama as coisas que não são,como se já fossem!" Na filosofia estóica, aprendemos que o que está fora do nosso controle não deve nos perturbar. Contamos apenas com nossa mente, nossas ações e nossa capacidade de responder aos eventos da vida com virtude e resiliência. No pensamento japonês encontramos a mesma ideia expressa de outra forma: a disciplina, o autodomínio e a aceitação do caminho como ele ...

"Pastor ou Adestrador de Almas?"

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 "Pastor ou Adestrador de Almas?" Cheguei a seguinte conclusão. Em todos esses anos de ministério, me certifico de que: Pastorear é uma vocação que exige  conhecimento, aprofundamento e garimpo dos entulhos da  alma humana, como também das virtudes cultivadas.  Se o ministério não obedecer esse padrão de atitude e conduta, o Pastor não é um chamado , mas sim, um adestrador de almas.   Digo isso porque... Estamos vivendo o tempo da maior crise de verdadeiros vocacionados ao Ministério Pastoral. Esse fenômeno tem produzido uma geração de "crentes com espirito de adestramento."   O termo "espírito de adestramento" pode ter uma conotação negativa quando se refere a um ambiente ou mentalidade em que a disciplina e a obediência são impostas de maneira excessivamente rígida, autoritária ou até opressiva. Nesse contexto, a ênfase é colocada mais na conformidade e na submissão do que no aprendizado e no crescimento pessoal. Como uma manada de bois. Sinais notór...

"A SABEDORIA DE VIVER"

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 A SABEDORIA DE VIVER  O texto de Eclesiastes 12 é profundo e reflexivo da Bíblia, que oferece ensinamentos valiosos sobre a vida, a juventude, a velhice e a importância de lembrar de Deus em todas as etapas da nossa jornada.  Resumo de Eclesiastes 12  Lembrar do Criador na Juventude: Os primeiros versículos aconselham os jovens a se lembrarem de Deus antes que cheguem os dias difíceis da velhice. É um chamado para valorizar e viver a juventude com propósito e fé.  A Velhice e a Mortalidade: Há uma descrição poética dos desafios e fragilidades que vêm com a idade avançada. O autor usa metáforas para ilustrar a deterioração física e a inevitabilidade da morte.  A Conclusão da Vida: O capítulo termina com uma afirmação sobre o propósito final do ser humano: temer a Deus e guardar os Seus mandamentos, pois isso é o dever de toda a humanidade. Também destaca que Deus trará tudo a julgamento, incluindo todas as ações secretas.  Deus em sua infinita Graça e ...

A Compreensão como Último Refúgio

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  A Compreensão como Último Refúgio Observar o homem é contemplar um teatro sem fim, onde cada ator ignora o roteiro e improvisa com a convicção de um papel bem ensaiado. Entre o riso e o desprezo, ergue-se uma terceira via: a compreensão, esse olhar que não julga, mas decifra; que não condena, mas investiga; que não se ergue acima, mas mergulha fundo. A tragédia e a comédia se enlaçam no destino humano, pois a existência oscila entre a grandeza e a pequenez, entre o sublime e o ridículo. Rir das quedas dos outros é esquecer que tropeçamos do mesmo modo. Desprezar suas ilusões é ignorar as nossas. E, no entanto, há uma tentação irresistível nesses dois gestos: o riso preserva a distância, o desprezo protege da contaminação. Mas compreender exige proximidade, risco, exposição à vertigem de saber-se também parte do jogo. O olhar que compreende não se fecha na ironia nem na indiferença. Ele adentra as contradições humanas com o rigor de um pensador e a ternura de um poeta. Vê na loucu...

“Para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve”

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  A célebre máxima de Lewis Carroll, proferida pelo enigmático Gato Cheshire, “Para quem não sabe onde vai, qualquer caminho serve”, transcende a singeleza de um conselho casual e se configura como uma aguda reflexão filosófica sobre a necessidade da orientação e da clareza de propósitos na existência humana. Longe de ser uma trivial observação sobre a aleatoriedade dos caminhos, a frase aponta para a essencialidade do direcionamento consciente das ações, sob pena de se cair em um errático vagar sem destino. Na ausência de um horizonte bem definido, todas as escolhas se tornam equivalentes e, por conseguinte, desprovidas de significado. A falta de um norte transforma o percurso em um deambular arbitrário, no qual as decisões não obedecem a um critério estruturado, mas apenas ao acaso ou à contingência do momento. Aquele que não estabelece um objetivo para si está vulnerável a ser conduzido pelas circunstâncias, incapaz de exercer domínio sobre seu próprio destino. A importância de ...