Humano Doutrinamento
Somos inescapavelmente induzidos e até mesmo doutrinados a acreditar que as nossas próprias verdades são superiores às verdades dos outros. Ah, humanidade! Tu és dotada de falhas, falhas essas que são nutridas por uma arrogância insensata. Como, em uma mente sã, ousas conceber a possibilidade de que a verdade e a humanidade possam coexistir na mesma frase? Quem és tu para profetizar acerca da verdade? Tu, que absorves a vida em um único trago, buscas a felicidade em abraços indiferentes, e fitas o teu semelhante apenas para te sentires singular, perpetuas um barulho que te ridiculariza, tudo isso apenas para existir dentro do campo de visão ou audição de outrem. Prometes com o intuito de enganar, enganas com o propósito de prometer. A promessa, mais uma dentre as tuas infindáveis futilidades, pois tu te reduzes constantemente a um momento passageiro e perpetuas, assim, o teu próprio tormento.
Ah, humanidade, que te desvias do caminho da razão,
Com tua vaidade que alimenta a ilusão.
Teu orgulho é uma torre que se ergue sobre areia movediça,
E em tua busca cega, perdes-te em tua cobiça.
Clamas por justiça, mas teus atos são traições,
Ofereces sorrisos, mas escondes intenções.
Em tua ânsia de ser visto, perdes a essência,
E teus gestos são sombras de uma frágil aparência.
Tua palavra é leve como o vento,
Promessas quebradas são teu tormento.
Teu amor é fugaz, tua lealdade, uma farsa,
E em tua jornada, a verdade se esgarça.
Oh, humanidade, reflete sobre tua condição,
Pois és prisioneira de tua própria contradição.
Que possas um dia, em humildade, encontrar,
A verdadeira essência do verbo amar.
Oliver Hardin
Pintura Jarder Castro de Oliveira
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