"Momentos Imensos e Intensos"
Os momentos, vastos em sua voracidade, carregam em seu seio a dualidade da nostalgia e da decepção, como se o tempo trouxesse consigo o peso de uma ausência a ser preenchida, um vazio que clama por um sucedâneo de si mesmo. São instantes que, em sua intensidade imensurável, me arremessam a desconcertos quase sublimes, obrigando-me a contemplar o caos e a harmonia que coexistem na trama da minha existência.
Por vezes, sinto-me como um ser errante, destituído de rumo, incapaz de apreender os mistérios do universo que me circunda. Contudo, não há na barafunda de minha vida ausência de significado; pelo contrário, algo ressoa, um eco profundo e inexplicável que reverbera entre os labirintos de meu ser. Em minha mente, há sempre um turbilhão de imagens, como anjos alados de Giotto, suspensos na abóbada azul de uma igreja em Pádua, ao lado do espectro de Hamlet e da pálida Ofélia coroada pela desventura, símbolo eterno das mágoas e incompreensões que atravessam o mundo.
Há momentos em que a vida parece transmutar-se em uma tapeçaria de sonhos imóveis, como se as melodias do existir se dissolvessem em tons difusos, mais próximos de murmúrios em êmeses do que das composições sublimes de Händel ou Mozart. Assim, nestes momentos e tormentos, tão vastos e tão ínfimos, cabe o universo de um instante, como se a eternidade habitasse o efêmero de um pensamento incessante, que nunca cessa de contemplar o infinito.
Oliver Harden
Subscrito
Bonani
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