Destino ou Inconsciente?

 


Você sabe dirigir? Lembro perfeitamente da minha primeira aula de direção. Foi pauleira. Eu olhava para o carro como se fosse um bicho de metal cheio de botões, pedais e engrenagens. “Meu Deus, óia o tanto de trem pra fica de ôio! Pedal, marcha, retrovisor, volante... e tudo isso ao mesmo tempo? Impossível!”


Mas aqui estou eu, com a minha carteira há mais de vinte anos. Não sei se dirijo bem (nem quero perguntar aos meus amigos, pra não estragar minha autoestima), mas uma coisa é fato: hoje, o carro parece parte de mim. Trocar marcha, olhar o retrovisor, pisar no freio — tudo flui de forma natural, como se meu corpo tivesse assimilado o carro como uma extensão dele. Aposto que, você que também dirige, entende exatamente o que estou falando.


E sabe o que é responsável por essa mágica? O inconsciente. Pois é, esse camarada trabalha nos bastidores o tempo todo, permitindo que você faça tarefas como dirigir sem pensar em cada detalhe. Na verdade, cerca de 95% das nossas decisões são tomadas no piloto automático, com o inconsciente assumindo o controle. Cientificamente, isso é uma dádiva: ao automatizar nossas ações, ele nos ajuda a economizar energia mental e focar em coisas mais importantes.


Mas tem um problema aí.


O problema é que o inconsciente não opera só quando estamos dirigindo ou escovando os dentes. Ele também influencia nossas emoções, escolhas e até quem escolhemos amar. Parece assustador, não? Experiências passadas, traumas e valores que carregamos — muitas vezes sem saber de onde vêm — podem moldar as decisões que tomamos. Achamos que somos totalmente racionais, mas, na verdade, o inconsciente está lá, quietinho, puxando as cordas como num teatro de marionetes.


Por exemplo, já reparou como algumas pessoas repetem os mesmos erros, escolhem relacionamentos tóxicos ou tomam decisões que parecem sabotar suas vidas? Isso não é azar, é o inconsciente no controle. Ele está ali, no banco do motorista, seguindo o mapa mental que foi construído lá atrás, muitas vezes com valores e crenças herdados ou traumas que a gente preferiu ignorar.


E é aí que entra a frase de Jung: “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida, e você vai chamá-lo de destino.” Imagine estar em um carro, mas não ser você quem está no volante. É assim que vivemos quando deixamos o inconsciente no comando sem questioná-lo.


A boa notícia? Não podemos controlar tudo, mas podemos entender melhor como funciona o “mapa mental” que guia nosso carro. Ao tornar o inconsciente consciente, ganhamos mais clareza sobre nossos padrões e temos a chance de ajustar a rota — como quem programa um GPS com novos destinos. Isso não significa ter controle total sobre a vida, mas sim a liberdade de fazer escolhas mais alinhadas com o que realmente desejamos.


Então, meu convite para você é este: que tal olhar para dentro e explorar seu mapa mental? Afinal, é sempre melhor saber para onde estamos indo do que deixar o piloto automático nos levar para onde ele quiser.


— Alessander Raker Stehling

Subscrito 

Bonani

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"IGREJA.PALMEIRA E O EXEMPLO DE DÉBORA!"

AMIZADE: “PURÁ É A PURA!”

O QUE REALMENTE QUER DIZER O PREGADOR SOBRE ECLESIASTES 9:8?