Na caça ao Neutrino
Este gigantesco detector foi desenvolvido para desvendar os segredos de uma das partículas mais enigmáticas do universo: o neutrino.
Batizado de JUNO, o laboratório subterrâneo foi construído para auxiliar cientistas a explorar essas partículas quase fantasmagóricas. Invisíveis aos nossos sentidos, elas estão por toda parte: cerca de 400 trilhões vindos do Sol atravessam seu corpo a cada segundo, mas interagem tão pouco com a matéria que se tornam quase impossíveis de detectar.
Para aumentar as chances de captá-las, o JUNO foi instalado a 700 metros de profundidade, em uma região localizada entre duas usinas nucleares — que também produzem neutrinos. A expectativa é registrar de 40 a 60 eventos diários durante os próximos dez anos.
No coração do experimento está uma esfera colossal, preenchida com um líquido especial que emite um fraco brilho quando um neutrino o atravessa. Em volta dela, mais de 43 mil sensores ultrassensíveis monitoram cada minúsculo lampejo de luz. Acima de tudo isso, um segundo detector — o Top Tracker — ajuda a eliminar sinais indesejados de outras partículas.
A missão principal do JUNO é compreender melhor os três tipos conhecidos de neutrinos — elétron, múon e tau — e investigar como eles se transformam, ou “oscilam”, de um tipo para outro.
Um dos maiores enigmas está em seus massas relativas: qual é o neutrino mais pesado e qual é o mais leve? A resposta pode oferecer pistas valiosas sobre a expansão do universo primordial, os mecanismos das explosões de supernovas e até os processos ocultos no interior profundo da Terra.
O JUNO é fruto de um esforço científico global, reunindo 74 instituições e mais de 700 pesquisadores, e foi projetado para operar por pelo menos uma década.
Bonani
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