BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO




Sem querer polemizar o assunto que envolve as várias tendências, experiências, complexidades e resultados de vários movimentos denominados néo-pentecostias, não posso negar que; a experiência do Batismo no Espírito Santo é uma realidade evidente, singular, distinta, explicita e acessível a todo o sincero filho de Deus que o queira experimentar em sinceridade e verdade da fé.
Segue abaixo minha experiência e o ensinamento que recebi sobre o assunto!
                     Enfatizando a Experiência do Batismo com o Espírito
É correto destacar a realidade experiencial de receber o Espírito. Quando lemos o Novo Testamento de maneira honesta, não podemos evitar ter a impressão de uma vasta diferença de muitas experiências cristãs contemporâneas. Para os cristãos do NT o Espírito Santo era uma realidade de experiência. Para muitos cristãos hoje é realidade de doutrina. Certamente a renovação carismática tem algo a nos ensinar aqui. Em igrejas sacramentais o dom do Espírito Santo é virtualmente equiparado ao batismo nas águas. No evangelicalismo protestante é equiparado ao trabalho subconsciente de Deus na regeneração que você apenas tem porque a Bíblia te diz que você tem se você crer. É fácil imaginar um conselheiro espiritual dizendo a um novo convertido hoje: “Não espere notar nenhuma diferença; simplesmente creia que você recebeu o Espírito”. Mas tal coisa está longe do que vemos no NT. “Os pentecostais estão certos em enfatizar a experiência de ser batizado com o Espírito!”  
                  Quatro Razões Pelas Quais É Correto Enfatizar a Experiência
                                 Eis aqui quatro razões extraídas de Atos.
                                                      1. Terminologia
O próprio termo “batizado com o Espírito Santo” (1.5; 11.16) implica uma imersão na vida do Espírito. “João batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito” Se o Espírito te cobre como um batismo, não podemos imaginar o Espírito entrando de maneira sorrateira e quieta enquanto você dorme e fazendo morada de maneira imperceptível. Essa pode ser a forma que se inicia (Paulo pode ter tido isso em mente em 1 Coríntios 12.13), mas se termina aí, Jesus e Lucas não chamariam tal coisa de batismo com o Espírito.
                                                2. Poder, Ousadia e Confiança
Jesus diz em Atos 1.5 e 8 que o batismo com o Espírito significa: “mas recebereis a (virtude) poder… e ser-me-eis testemunhas”. Isso é uma experiência de ousadia, confiança e vitória sobre o pecado. Um cristão sem poder é um cristão que necessita do batismo com o Espírito Santo. Estou ciente de que em 1 Coríntios 12.13 Paulo diz que batismo com o Espírito é um ato de Deus pelo qual nós nos tornamos parte do corpo de Cristo na conversão, de maneira que em sua terminologia todos os que se converterem genuinamente foram batizados com o Espírito. Mas temos cometido injustiça em limitar o entendimento de Paulo do batismo com o Espírito Santo como este ato divino, inicial e subconsciente na conversão e então forçando toda a teologia lucana em Atos dentre desse pequeno molde. Não há motivo para pensar que até mesmo para Paulo o batismo com o Espírito Santo estava limitado ao momento inicial da conversão. E certamente no livro de Atos o batismo com o Espírito Santo é mais que um ato divino subconsciente de regeneração- é uma experiência consciente de poder (Atos 1.8).


                                                   3.  O Testemunho de Atos
Na verdade a terceira razão que me faz pensar isso é que quando pegamos uma concordância e procuramos em todas as passagens em Atos onde o Espírito Santo trabalha nos cristãos, nunca é de forma subconsciente. Em Atos o Espírito Santo não é uma influência silenciosa, mas experimentação de poder. Cristãos experimentavam o batismo com o Espírito Santo. Eles não apenas acreditavam que isso acontecia porque um apóstolo disse que tal coisa aconteceria.
                                                    4.  A Consequência da Fé
A quarta razão pela qual devemos enfatizar a experiência do batismo com o Espírito Santo é que em Atos os apóstolos ensinam que o batismo é uma conseqüência da fé, não uma causa subconsciente de fé. Eu creio de todo coração que a graça de Deus precede e capacita a fé salvífica. Nós não iniciamos nossa salvação ao crermos em Deus. Deus inicia a salvação nos capacitando a crer (Efésios 2.8-9; João 1.13). Mas este trabalho regenerador do Espírito de Deus não é o limite do   que            Pedro  quer  dizer por batismo com o Espírito. Em Atos 11.15-17 Pedro relata como o Espírito Santo desceu sobre Cornélio assim como nos discípulos em Pentecostes: “E, quando comecei a falar, caiu sobre eles o Espírito Santo, como também sobre nós ao princípio.E lembrei-me do dito do Senhor, quando disse: ‘João certamente batizou com água; mas vós sereis batizados com o Espírito Santo’.Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quando havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?”Note que o dom do Espírito, ou batismo com o Espírito, é precedido pela fé. A versão NASB corretamente diz no versículo 17 que Deus deu o Espírito Santo após eles crerem. De maneira que o batismo do Espírito (v.16) ou o recebimento do dom do Espírito (v.17) não pode ser a mesma obra de Deus antes da fé que capacita a fé (que Luca fala em 2.39; 5.31; 16.14; 11.18; 15.10; 14.27). O batismo com o Espírito é uma experiência do Espírito dada após fé para fé.
                    Receber o Espírito é uma Experiência Marcante
É por isso que Paulo pode dizer em Atos 19.2 quando ele encontra os confusos discípulos de João Batista: “Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes?” O que um evangélico protestante contemporâneo diria em resposta a esta pergunta? Creio que diríamos algo como: “acho que nós automaticamente recebemos o Espírito Santo quando cremos. Não entendo como você pode me perguntar tal coisa?” Como Paulo pôde fazer esta pergunta? Ele a fez, penso, porque receber o Espírito Santo é uma experiência real. Há marcas na sua vida. E a melhor forma de testar a fé daqueles assim denominados discípulos é lhes perguntar acerca de sua experiência do Espírito. Isto não é diferente do que Paulo disse em Romanos 8.14: “Porque todos que são guiados pelo Espírito estes são filhos de Deus” (ver 2 Coríntios 13.5 e 1 João 3.24; 4.12-13). Eu, às vezes, temo que nós tenhamos redefinido tanto nossa conversão em termos de decisões humanas e que tenhamos retirado toda a necessidade da experiência do Espírito de Deus que muitas pessoas pensam que são salvas quando, na verdade, elas apenas possuem idéias cristãs em suas cabeças, não poder espiritual em seus corações.
Então, veja, a questão real que os carismáticos levantam para a gente não é a questão das línguas. Em si mesma a língua é relativamente sem importância. A verdadeira contribuição valiosa  da renovação carismática é sua implacável ênfase na verdade que receber o dom do Espírito é uma experiência real marcante. O cristianismo não é meramente uma compilação de idéias gloriosas.  Não é meramente o desempenho de rituais e sacramentos. É uma experiência real marcante do Espírito Santo por meio da fé em Jesus Cristo, o Senhor do universo.
                           Duas Coisas que Caracterizam Esta Experiência
Poderíamos falar por horas acerca do que é a experiência. Na verdade, a maioria das mensagens são apenas isso, descrições da experiência do Espírito de Deus na vida do cristão. Mas eu mencionarei duas coisas do livro de Atos-coisas que marcam a experiência de ser batizado com o Espírito Santo ou de receber o dom do Espírito.
                                         1. Um Coração de Adorador
Um é o coração de adorador. Em Atos 10.46 os discípulos sabiam que o Espírito Santo havia sido derramado, porque “os ouviam falar línguas e exaltar (ou magnificar) a Deus” Falar em línguas é uma forma particular de liberar o coração de exaltação. Ela pode ou não estar presente. Mas uma coisa é certa: o coração no qual o Espírito Santo foi derramado irá parar de se magnificar e começará a magnificar a Deus. Adoração sincera e louvor é a marca de uma experiência real do Espírito Santo.
                                                                2. Obediência
A outra marca que mencionarei é a obediência. Em Atos 5.29 Pedro e os apóstolos dizem aos saduceus que os haviam prendido: “Importa antes obedecer a Deus que aos homens.” Então no versículo 32 ele diz: “Somos testemunhas destas coisas, e bem assim o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem” (“Deu” é passado simples; “obedecer” é presente, presente contínuo) É inevitável que quando o objeto de adoração de nosso coração muda, nossa obediência muda. Quando Jesus te batizar com o Espírito Santo e te injetar um novo sentido da glória de Deus, você terá um novo desejo e um novo poder (1.8) para obeceder. Se você fala ou não em línguas, você experimentará estas duas coisas se for batizado com o Espírito Santo-um novo desejo para magnificar a Deus e uma disposição poderosa para obedecer a Deus no cotidiano.
Busquemos essa experiência de vital importância em nosso testemunho de fé!Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.”Atos 1:8

BONANI

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