DOIS RUMOS, A SERPENTE, NOSSOS PAIS E A MENTIRA –(O Dilema de Drumond)







Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?
E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.
Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e
o mal. 
Gênesis 3:1-5

Ouvi hoje pela manhã uma frase interessante que define bem o que é a mentira: ...A mentira "é aquilo que da mente se tira!"


Creio que a calamidade e a degradação da ambiência humana com tudo o que a circunscreve e de tudo aquilo que provém de sua produção tem como gênese a mentira.
Visto que a minha crença é a  literalidade de que todo o mal humano  tem como ponto principal, um diálogo "original" de conteúdo absolutamente sutil e mentiroso produzindo as mazelas mais terríveis que a existência tem assistido e experimentado!
Sem a consciência procedente das  atitudes produzidas por um “ser-conscientemente-regenerado”que só pode se instala  através do “novo nascimento” como declara essencialmente Àquele que a pode produzir;…Necessário vos é nascer de novo. João 3:7s...; a  alma fica escrava, e, nunca por  si mesma, conseguirá se libertar, vivendo, constantemente, o dilema que bem descreveu nosso poeta maior; …o Drumond!

Dois Rumos
Mentir, eis o problema:
minto de vez em quando
ou sempre, por sistema?
Se mentir todo dia,
erguerei um castelo
em alta serrania
contra toda escalada,
e mais ninguém no mundo
me atira seta ervada?

Livre estarei, e dentro
de mim outra verdade
rebrilhará no centro?
Ou mentirei apenas
no varejo da vida,
sem alívio de penas,
sem suporte e armadura
ante o império dos grandes,
frágil, frágil criatura?

Pensarei ainda nisto.
Por enquanto não sei
se me exponho ou resisto,
se componho um casulo
e nele me agasalho,
tornando o resto nulo,
ou adiro à suposta
verdade contingente
que, de verdade, mente.

Carlos Drummond de Andrade, in 'Boitempo'

Tá falado!

BONANI

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