SEXO! ATÉ ONDE VAI A LIBERDADE NA VIDA CONJUGAL?
O
CORPO DO HOMEM E O DA
MULHER: alguns princípios do Evangelho sobre o corpo e o sexo...
A
questão é: de onde vem essa neurose acerca do corpo?...
Ora,
cada cultura da Terra tem suas raízes próprias quanto ao tratamento que se dá
ao corpo. Entretanto, no contexto do "Cristianismo" [cultura
judaico-cristã], a doença do corpo foi terem feito o corpo ser a doença.
Sim,
por vias diversas, indo do Legalismo judaico ao Ascetismo de grupos gnósticos
[havia grupos gnósticos tanto promíscuos quanto ascetas...]; indo do Ascetismo
judaico [tipo fariseu ou essênio...] ao Platonismo grego; indo da Purgação de
pecados do corpo pela confissão ritual [...] ao Isolamento dos monastérios —
não importa: a doença do corpo foi terem feito o corpo ser a doença.
Jesus,
a Palavra, o Verbo, não tratou o corpo como uma dimensão adoecida...
Ele
curava doenças físicas, embora não tratasse o corpo como um ente mal ou em
estado de perversão continua...
Ao
contrário, Ele disse que o que entra no corpo não é o que lhe faz mal, mas sim
o que seja o resultado da produção do coração, dos pensamentos e da alma...
Para
Jesus tudo era mais simples; simples como a Natureza.
Sim,
pessoas nasciam e morriam; jovens dançavam e velhos ficavam cada vez mais
quietos; adultos se esforçavam por ser responsáveis, enquanto crianças tinham
toda permissão para a leveza da vida...
É
assim que o vemos ser e apreciar a vida, conforme nas narrativas dos
Evangelhos...
Assim,
também não O vemos fazendo advertências sobre o modo de vestir, de usar roupas
ou de fazer o cabelo ou a barba [como, por exemplo, Maomé fez...]; nem Ele
ensinou uma posição especial para se assentar ou meditar [como Buda
ensinou...]; nem encontramos Nele nada dito acerca de como a mulher deveria
fazer sexo com um homem e nem um homem com uma mulher... [como todos fizeram]...
Por
outro lado, vemos que Ele não recriminava o beber [não somente transformou água
em vinho, como também Ele mesmo bebia], mas sim o embriagar-se; não o vemos falar de sexo [...], mas sim de
sua perversão [...], como orgia e sexo objético, ou adúltero e traição; não O
vemos mencionar negativamente as festas e as danças [na Parábola do "Filho
Pródigo as alegrias do Pai são celebradas com danças], mas sim as preocupações
deste mundo...
Não há Nele nenhum sinal de falta de carinho
com o corpo e com as alegrias do comer, do beber, do amor sexual [como foi por
Ele demonstrado em Caná da Galileia], ainda que o vejamos denunciar a
promiscuidade, as impurezas, as malícias, as bebedeiras que tiram a lucidez, e
toda sorte de maldades contra a integridade do próximo...
As
grandes denúncias de Jesus não tinham a ver com o corpo, mas com a
mente/coração, com o espírito e o interior do homem.
Entre
os elementos carregados de fisicalidade [...] nenhum foi mais denunciado que o
Dinheiro, ou Mamon.
Ora,
é bom que se diga que não faltavam à volta de Jesus todos os elementos de
"excessos" que naturalmente O poderiam ter levado a tomar posições
radicais...
Os
Romanos mandavam no mundo e impunham seus valores de modo sorrateiro... Antes
deles os gregos, pela via do processo de "Helenização", já haviam
alterado a face do comportamento humano em boa parte do mundo então conhecido e
historiado...
E
mais: Jesus ainda escolheu residir no ambiente mais dado aos excessos que havia
em Israel naqueles dias: o norte da Galileia.
Sim,
todos os "vícios" do Império Romano e o Eco da cultura grega estavam
presentes nas perversões dos dias de Jesus.
Jesus,
porém, não radicalizou nada que não fosse vida!
Assim,
pelo espírito de Jesus demonstrado nos Evangelhos, bem como pela via da percepção
que nos advém do todo do Novo Testamento, o que se pode dizer é que para Jesus
o corpo não era a doença, e sim a mente.
O
corpo podia enfermar, mas era e mente que era a doente...
A doença somente habita o coração...
Do
lado de fora as pessoas no máximo ficam enfermas [...], mas aí não
necessariamente há doença [...]; digo: do ponto de vista do que Jesus chama
"doença" nos Evangelhos.
Portanto,
vale no corpo tudo o que decorre de amor e de alegria consensual.
Assim,
olhando apenas para Jesus, ouvindo apenas o que Ele disse [...], sem deixar de
também ouvir o Seu silêncio sobre alguns temas tão presentes à Sua volta [...]
— é que digo que Jesus disse apenas o que Paulo traduziu; ou seja: que o corpo
do homem pertence à sua mulher, e que o corpo da mulher pertence ao seu
marido... Mas que entre eles tudo o que envolva tudo... [...] deve sempre ser
fruto de amor e alegria consensual.
Ora, se de um lado não vejo em Jesus nada além
do que acima expressei [...], de outro lado vejo que Sua ênfase em como as
coisas foram desde o princípio, não nos permite pensar em nada que não ande o
mais próximo possível do NATURAL como bem corpóreo que um homem e uma mulher
possam fazer sexualmente um ao outro; ou seja: no ambiente natural do próprio
corpo.
Por isto, o encontro de interpenetração
corpórea entre um homem e uma mulher deve ser um encontro de total liberdade no
ambiente do corpo; do corpo sendo o instrumento de cada um dos implicados na
busca do prazer...
Pela mesma razão, vejo que aquilo que vai além
do corpo como instrumento de prazer já é patologia na busca de prazer...
…buscar objetos que não sejam corpo [...],
pois, em tal caso, já não é amor, mas qualquer outra patologia o que está em
curso [...]; posto que o amor não veja outra extensão para o corpo que seja
melhor que o próprio corpo, em estado natural.
O
resto é apenas com cada casal...
O
que importa é que tudo seja feito em amor e em alegria consensual...
No
sexo feito com amor nada é melhor do que o corpo!...
Quem ama não quer meter objetos no corpo do
outro, mas sim enfiar seu próprio corpo no corpo do outro, para que sejam
sempre uma só carne; não um pedaço de carne com boa dose de borracha ou
aparelhos eletrônicos...
Jesus não é o pai da robótica!
Muitos menos da robótica sexual...
Nele, que corpo me formou, capaz de todos os
prazeres do corpo, no corpo, e, sobretudo, no corpo/alma,(…) -Extraído
BONANI
excelente artigo...só discordo da questão da "robótica sexual"...isso também pertence ao envolvimento das fantasias, e cabe ao casal decidir....o artigo seria perfeito se não tivesse este "senão"...
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