RECEITA PREVENTIVA PARA A SAÚDE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Será que ainda dá para salvar o paciente chamado Nação?
Fico vendo esses debates forjados nos bastidores e depois colocados em cena no teatro da Assembleia da República e concluo, sem cometer nenhum equívoco na minha avaliação;... estamos com grave carência e falta de verdadeiros governantes, capazes de realmente gerirem os interesses na nação. O mais grave ainda é que os que aí estão no palco político, em vez de contribuírem para que o cidadão seja a cada dia transformado em um "formador de opinião", contribuem para a "deformação da cidadania". Leia essa minha postagem e tire suas conclusões!
Maquiavel dá a receita e o Eleitor prescreve na Urna
Nicolau Maquiavel ,em italiano Niccolò Machiavelli; nasceu em Florença a 3 de maio de 1469.Morreu a 21 de junho de 1527. Foi um historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento. É reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de haver escrito sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser.
Pensando em Administração pública em sentido prático ou subjectivo como conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como das demais pessoas coletivas públicas ,tais como as autarquias locais que asseguram a satisfação das necessidades coletivas variadas, como: a segurança, a cultura, a saúde e o bem estar das populações! Penso “congruentemente”: Como se procede sua gestão? Sua condução? Seus objectivos e metas redundando em bons ou maus resultados?
Como actualmente habito em Portugal, sinto-me na obrigação de minimamente conhecer alguma coisa sobre a respectiva administração pública dessa Nação!
A Administração Pública Portuguesa pode ser categorizada em 3 grandes grupos, de acordo com a sua relação com o Governo:
Administração directa do Estado
Administração indirecta do Estado
Administração Autônoma.
O grupo Administração directa do Estado reúne todos os órgãos, serviços e agentes do Estado que visam a satisfação das necessidades colectivas. Este grupo pode ser divido em:
Serviços centrais - Serviços com competência em todo o território nacional, como é o caso da Direcção Geral de Viação
Serviços periféricos - Serviços regionais com zona de acção limitada, como por exemplo as Direcções Regionais de Educação ou os Governos Civis
O segundo grupo Administração indirecta do Estado reúne as entidades públicas, dotadas de personalidade jurídica e autonomia administrativa e financeira. Por prosseguir objectivos do Estado entram na categoria de Administração Pública, mas por serem conseguidos por entidades distintas do Estado diz-se que é Administração indirecta. Cada uma das entidades deste grupo está associada a um ministério, que se designa por ministério de tutela. Este grupo pode ser subdividido nos seguintes grupos:
Serviços personalizados - Pessoas colectivas de natureza institucional dotadas de personalidade jurídica. Exemplos são o Instituto Nacional de Estatística e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil
Fundos personalizados - Pessoas colectivas de direito público, instituídas por acto do poder público, com natureza patrimonial. Exemplos incluem Serviços Sociais das forças de segurança.
Entidades públicas empresariais - Pessoas colectivas de natureza empresarial, com fim lucrativo, que visam a prestação de bens ou serviços de interesse público, com total capital do Estado. Exemplos são o Hospital de Santa Maria e Hospital Geral de Santo António.
O terceiro e último grupo Administração autónoma reúne as entidades que prosseguem interesses próprios das pessoas que as constituem e que definem autonomamente e com independência a sua orientação e actividade. Estas entidades podem se subdividir três categorias:
Administração Regional (autónoma) - Copia a organização da Administração Directa e Indirecta do Estado, aplicando-a a uma região autónoma. Exemplos são as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira
Administração Local (autónoma) - Copia a organização da Administração Directa e Indirecta do Estado, aplicando-a a um nível local.
Associações públicas - Pessoas colectivas de natureza associativa, criadas pelo poder público para assegurar a prossecução dos interesses não lucrativos pertencentes a um grupo de pessoas que se organizam para a sua prossecução. Exemplos são as Ordens Profissionais.
Depois dessa breve introdução, segue uma reflexão!
O texto abaixo faz uma radiografia precisa de como se pode ou não ser bom gestor da administração pública.
Maquiavel: É Melhor Prevenir ou Remediar?
Como deve agir o governante em relação aos problemas que enfrenta na administração? Maquiavel procura iluminar essa questão comparando o trabalho do político com o do médico. O problema enfrentado pelo dirigente é semelhante à doença enfrentada pelo médico. A comparação é a seguinte: “no princípio, uma doença é fácil de ser curada, mas difícil de ser diagnosticada. Com o passar do tempo, não tendo sido nem reconhecida nem medicada, torna-se mais fácil diagnosticá-la, mas também mais difícil de curá-la” (O Príncipe, cap. III). Quando o câncer é diagnosticado logo no seu início, as chances de cura são praticamente plenas. Já quando está em estágio avançado….
Na política, explica Maquiavel, acontece algo semelhante. “Quando se percebe com antecedência os males que surgem, eles são curados facilmente. Quando, porém, por não terem sido identificados, se deixa que cresçam a ponto de todos passarem a conhecê-los, não há mais remédio” (O Príncipe, cap. III). Os problemas na política são como um câncer no corpo: quando o governante os deixa crescer, destroem os melhores planos que ele porventura possa ter.
A imagem utilizada por Maquiavel para explicar o modo de agir de um político é muito apropriada para entender nosso cotidiano. Notamos muitos dirigentes que parecem incapazes de perceber a gravidade de um problema. Estão inteiramente voltados às grandes metas de sua administração. Na verdade, os problemas não podem ser separados entre si conforme o tamanho. Tal como um câncer, o perigo está naquilo que o problema pode causar ao projeto político. Basta, por exemplo, uma licitação mal explicada para comprometer a honestidade de toda administração…
A verdadeira inteligência política está naqueles que têm a sensibilidade de perceber os grandes problemas no seu nascedouro. Estes são políticos predestinados ao sucesso, porque combatem os obstáculos na sua raiz. Os medíocres, infelizmente a maioria, “empurram com a barriga”. Pensam que “deixando rolar” as coisas se acomodem sozinhas. É o que geralmente acontece, só que da pior forma: como numa doença não tratada, amplia o quadro de deterioração da comunidade política.
O dirigente incompetente, aquele que não resolve no começo os problemas, é também perigoso. Assim como o médico que não diagnostica a doença em tempo pode levar o paciente à morte, o governante que não combate as dificuldades no nascedouro prejudica toda comunidade. Do mesmo modo que o conselho de classe cassa o diploma do médico fajuto, deveria existir um mecanismo para cassar o mandato do dirigente incompetente. O primeiro leva à morte uma pessoa. O último, conduz a coletividade inteira à falência!
BONANI
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