"O DIABO QUE QUER EXISTIR EM MIM!"
A NATUREZA HUMANA
Mas
o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia; E não necessitava de
que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem. João
2:24-25
No evangelho de João está
dito que Jesus não se “confiava a ninguém, pois Ele bem sabia o que era a
natureza humana”.
Foi meu pai quem me chamou
atenção para essa passagem quando eu ainda era bem novinho na fé, nos primeiros
meses da caminhada.
De fato, algo havia acontecido a uma pessoa
que me parecia inatingível por problemas humanos, do tipo: luxuria e lascívia —
e eu fiquei escandalizado.
“Mas ele é um homem de Deus, prega com unção e
sabedoria, sabe a verdade, então, por que isto está acontecendo com ele?” —
indaguei mais angustiado com o que poderia acontecer a mim, do que de fato com
a própria pessoa. E fui logo ficando revoltado, sem saber que minha raiva dele
era medo acerca do que eu mesmo poderia fazer e não queria admitir para minha
própria sobrevivência espiritual.
“Meu filho! Você, eu, ele e
todos somos da mesma natureza!” — disse-me papai, para, logo a seguir, citar o
texto de João acima transcrito.
Hoje eu sei que “a natureza
humana” é um diabo.
Comemos daquele fruto e não ficamos
semelhantes a Deus, mas sim dessemelhantes Dele e cada vez mais parecidos com o
diabo, a quem, segundo Jesus, muitas vezes, buscamos satisfazer aos desejos.
Não existe natureza humana absolutamente
transformada na Terra.
Sim! Por mais que alguém tenha consciência de
Deus e do Evangelho, e por mais que ame a Jesus, ainda assim a velha natureza
está presente, mesmo que inibida pela nova consciência, porém, sempre latente
ela espera uma ocasião para se manifestar transformando desejos contidos em
possibilidades exequíveis e praticáveis.
Quando perguntaram ao ex-presidente Clinton
por que ele “usara o charuto” e tivera suas viagens libidinosas com sua então
estagiaria, Mônica, ele disse: “Pela mais visceral de todas as razões do poder:
Eu podia!”.
Poder concedido à natureza humana sempre
desemboca no estímulo à sua manifestação pior que animal.
Sim! Porque o que se manifesta no homem é pior
do que qualquer instinto animal. Afinal, os animais têm saciedade e não vão
além do que neles já esteja saciado.
No homem, entretanto, não existe saciedade.
Ele sempre quer mais... E quando está de barriga cheia, ainda assim quer
“estocar”, quer ter como “sobressalente”, quer fazer “poupança” de
possibilidades para “outra hora”.
Desse modo, não basta nunca o que se tem como
necessário, tem-se que ter para além do necessário. Se eu posso, algo em mim me
diz: Então tenha!...
Portanto, o fruto da Árvore do Conhecimento
não nos deu saciedade, mas sim insatisfação; e não nos fez conhecedores de nada
como Deus [promessa da serpente, não de Deus], mas apenas nos deu a presunção
do conhecimento do bem e do mal, colocando-nos tão somente na situação dos que
se conflituam entre o bem e o mal sem saberem com certeza o que é um ou o
outro, sobrando nesse caso apenas a Lei como determinante de um e de outro.
Como disseram os profetas e
o salmista, ambos citados por Paulo em Romanos, "não há quem entenda, nem
há quem busque a Deus...", posto que "todos se extraviaram e se
desviaram pelo caminho".
Assim, quem se confia à
natureza humana se faz maldito, pois, maldito é o homem que põe em outro homem
a sua confiança!
A "natureza humana" é corrompida, e
feliz é aquele que a ela não se confia ingenuamente.
Todo homem é capaz de tudo, dependendo das circunstâncias
e do nível de angustia e desespero!
Esta é minha honestidade básica com minha
própria queda, e é dessa certeza de fraqueza que posso ser fortalecido pela
Graça de Deus que se aperfeiçoa em minha fraqueza consciente, porém, entregue
ao Espírito de Deus em quebrantamento. Pense nisso! (Caio Fábio)
Subscrito pelo BONANI
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