Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. Eclesiastes 4:9-12
“.. Criar laços verdadeiros com alguém é uma das experiências mais raras e ao mesmo tempo mais transformadoras da vida. Não se trata apenas de compartilhar momentos, risadas ou conversas soltas; é algo que ultrapassa a superfície, que vai além do que se mostra ao mundo e toca aquilo que existe de mais íntimo em nós. É quando duas almas, despidas de máscaras e armaduras, decidem se reconhecer na vulnerabilidade, na sinceridade e na entrega.
Um laço verdadeiro não nasce da pressa. Ele é tecido aos poucos, como quem borda algo delicado com paciência e cuidado. Surge no olhar que não julga, na escuta que não apressa, no gesto que não precisa ser anunciado para ser sentido. Ele floresce quando você pode ser você mesmo, sem medo de ser mal interpretado ou rejeitado, porque há alguém ali que entende o peso dos seus silêncios e a força das suas palavras.
Esses vínculos não são feitos de perfeição, mas de humanidade. São forjados quando duas pessoas se permitem errar, pedir desculpas, recomeçar. Quando existe a coragem de expor feridas e cicatrizes, sabendo que o outro não vai usá-las como armas, mas sim como mapas para compreender melhor o seu caminho. Criar um laço verdadeiro é, acima de tudo, ter coragem de mostrar o que há por trás das paredes que a vida nos fez construir.
É nesse espaço de confiança que nasce a leveza de compartilhar sonhos e medos, planos e incertezas. Porque quem está do outro lado não se assusta com o peso da sua bagagem; ao contrário, se oferece para carregar um pouco junto com você. E nesse caminhar compartilhado, percebe-se que a vida se torna menos dura, menos solitária, mais cheia de sentido.
Laços assim não se encontram todos os dias. Eles são raros, preciosos, quase sagrados. Não são feitos de interesse, mas de entrega. Não se sustentam em promessas vazias, mas em atitudes concretas. São laços que resistem ao tempo, à distância, às mudanças inevitáveis da vida, porque não se apoiam em conveniência, e sim em verdade.
Criar um laço verdadeiro é, de certo modo, deixar de ser apenas um no mundo. É ter alguém com quem o coração encontra repouso, com quem a alma encontra eco. É descobrir que, mesmo em meio ao caos, existe um porto seguro; não perfeito, mas real.
E talvez a beleza maior de tudo isso esteja justamente no fato de que tais conexões não podem ser forçadas. Elas simplesmente acontecem, como um encontro de rios que, ao se unirem, nunca mais se separam..”
Subscrito
Bispo Bonani
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