Lucidez: um ato de resistência!



Tudo o que dizemos ou fazemos deveria nascer do fogo lento do pensamento, não da pressa que repete. Pensar é lapidar o bruto da experiência até que brilhe em sentido, é arrancar da palavra o seu eco e não apenas o seu som. O mundo, saturado de vozes e fórmulas, parece pedir menos consciência e mais ruído, menos criação e mais reprodução. Mas é precisamente nesse cenário que a lucidez se torna um ato de resistência.


A vida, sempre pronta a seduzir-nos com o conforto do comum, convida-nos todos os dias à mesa da mediocridade. Ela oferece recompensas imediatas, elogios fáceis, pertencimentos banais. E, ainda assim, há quem recuse,  não por soberba, mas por fidelidade à chama interior que exige autenticidade. Recusar o convite é afirmar o espírito contra o automatismo, é dar à existência uma réplica à altura de sua grandeza.


Pensar é um gesto de nobreza invisível, um modo de transformar o cotidiano em obra e a palavra em testemunho. Quem pensa lapida-se, quem repete dissolve-se. E talvez toda a dignidade humana consista justamente nisso: em não aceitar o que é dado, mas em devolver ao mundo o que foi pensado.


Oliver Harden

Subscrito 

Bonani 

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