A Ilusão da Verdade Absoluta: O Perigo das Certezas Inquestionáveis em Tempos de Caos
Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos.Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus.Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons.Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo.Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Mateus 7:15-23
Em tempos de tantas incertezas,Jesus se apresenta como certeza absoluta. Entretanto: sua coerência,sabedoria, inteligência e capacidade interpretativa dos tempos,como também seus desafios,o fazem absolutamente confiável.
Seu alerta em Mateus 7:15-23, pode ser nos dias atuais ,sintetizado e interpretado como podemos ler no texto que se segue.
Fica abaixo o alerta e a tomada de atitude ante tantas vozes que se apresentam como nossos candidatos a Messias.A
A Ilusão da Verdade Absoluta: O Perigo das Certezas Inquestionáveis em Tempos de Caos
A crença na posse da verdade absoluta dentro de um contexto caótico é um fenômeno recorrente na história humana. Em meio ao turbilhão da incerteza, da fragmentação e da falta de referências sólidas, sempre surgem aqueles que se autoproclamam detentores da verdade última. Essa necessidade de fixar certezas absolutas em meio ao caos não é apenas um impulso cognitivo, mas também um mecanismo psicológico e social que revela profundas inseguranças e aspirações de controle.
A Necessidade Psicológica da Verdade Absoluta
O ser humano é, por natureza, avesso à incerteza. A dúvida gera angústia, pois ela desestabiliza o ego e desestrutura o mundo simbólico que cada indivíduo constrói para si. Em situações de crise, quando as velhas narrativas já não oferecem explicações satisfatórias e a realidade se torna um mosaico desconexo, o desejo por uma verdade unificadora se intensifica.
Nietzsche, em sua crítica à metafísica ocidental, apontava que a busca por verdades absolutas é, muitas vezes, um reflexo da fraqueza humana diante do abismo da existência. O problema, segundo Nietzsche, não está em buscar conhecimento, mas em transformar crenças transitórias em verdades inquestionáveis, o que leva inevitavelmente ao fanatismo.
O Caos Como Campo de Oportunidade para Falsos Profetas
O caos, além de gerar angústia, também cria oportunidades para aqueles que desejam exercer poder. Em momentos de instabilidade, quem consegue oferecer uma narrativa clara, por mais simplista que seja, se torna uma referência. A história está repleta de líderes, ideólogos e até mesmo charlatães que surgem em tempos de desordem e convencem multidões de que possuem a resposta definitiva para o sofrimento e a confusão geral.
Eric Hoffer, em The True Believer, explica que movimentos de massa são frequentemente impulsionados por indivíduos inseguros que desejam se agarrar a uma verdade absoluta para preencher suas próprias lacunas existenciais. Para essas pessoas, aderir a uma causa que promete ordem e sentido não é apenas uma opção intelectual, mas uma necessidade psicológica.
A Ilusão da Certeza em um Mundo Fluido
O problema da verdade absoluta em um contexto caótico é que ela se torna, invariavelmente, uma ilusão. A realidade é dinâmica, complexa e multifacetada, e qualquer tentativa de reduzi-la a uma única explicação inevitavelmente fracassa. A filosofia pós-moderna, especialmente em autores como Foucault e Derrida, demonstra como toda verdade é, em última instância, uma construção discursiva, moldada por relações de poder e interesses sociais.
Quem acredita deter a verdade absoluta ignora a natureza essencialmente interpretativa da realidade. O mundo não é um conjunto de fatos isolados e objetivos que podem ser dominados por uma única mente, mas um tecido em constante reconfiguração. Aquele que se fecha em uma única certeza, recusando-se a dialogar com o contraditório, revela menos um compromisso com a verdade e mais um medo profundo de sua própria fragilidade.
Conclusão: O Verdadeiro Sábio Sabe que Nada Sabe
A história do pensamento humano sugere que a verdadeira sabedoria não está em possuir verdades absolutas, mas em reconhecer a complexidade do real. O sábio não é aquele que se agarra desesperadamente a dogmas rígidos, mas aquele que navega pelo caos com a consciência de que todas as verdades são provisórias e contextuais.
Subscrito
Bonani
Assim, no meio da desordem, aqueles que afirmam possuir a verdade absoluta são, na melhor das hipóteses, ingênuos; na pior, perigosos. Pois a certeza inquestionável é o terreno fértil da intolerância, do autoritarismo e da aniquilação do pensamento crítico. O verdadeiro desafio do ser humano não é encontrar uma única verdade, mas aprender a viver com a multiplicidade de perspectivas que a existência nos impõe.
Oliver Harden
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