A Sabedoria da Precaução: O Mérito de Não Ser Estúpido
Sabedoria da Precaução: O Mérito de Não Ser Estúpido
O caminho do insensato é reto aos seus próprios olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio. Provérbios 12:15 - Rei Salomão
A estupidez, diferentemente da ignorância, não reside meramente na falta de conhecimento, mas no hábito de agir sem reflexão, no apego irrefletido ao erro, na recusa obstinada de aprender. Muitos que se julgam inteligentes não o são verdadeiramente, pois confundem a posse de informação com discernimento, ou a rapidez de pensamento com profundidade. No entanto, o verdadeiro erro raramente surge da falta de intelecto puro, mas da incapacidade de evitar os erros mais básicos e recorrentes que levam ao desastre.
Nietzsche, com sua ironia mordaz, advertia contra os perigos da “estupidez voluntária”, aquele estado em que o indivíduo escolhe ativamente permanecer cego à complexidade do real, preferindo certezas cômodas a verdades incômodas. Da mesma forma, Schopenhauer via na prudência uma virtude frequentemente superior à genialidade: quantos homens inteligentes fracassaram, não por falta de talento, mas por incapacidade de evitar as armadilhas mais previsíveis do destino?
A história está repleta de tragédias não causadas pela falta de genialidade, mas pela falta de juízo. Impérios caíram não porque faltaram estrategistas brilhantes, mas porque decisões estúpidas foram cometidas sem que ninguém ousasse impedi-las. O erro humano, muitas vezes, não reside no desconhecimento das soluções, mas na recusa de abandonar velhos equívocos.
Dessa forma, talvez a sabedoria mais acessível não esteja na busca incessante por brilho intelectual, mas na arte de evitar armadilhas, de não se deixar guiar por impulsos irrefletidos, de reconhecer onde o erro mora e passar ao largo. Não se trata de abdicar da inteligência, mas de reconhecer que, na maior parte dos casos, não é o pensamento genial que nos salva, mas a prudência de não ser tolo onde a maioria tropeça.
A inteligência pode ser um privilégio, mas evitar a estupidez é uma escolha diária. E talvez seja essa, no fim, a forma mais realista e eficiente de sabedoria.
Subscrito
Bonani
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